Vivemos em um mundo onde a aparência tem crescido em importância e relevância. As redes sociais potencializam as forças que nos impulsionam para a necessidade de parecer saudável, feliz, cheio de amigos, viajado, descolado.
E não é difícil constatar esse mesmo comportamento nos praticantes de Yoga, que nos últimos tempos se popularizou e ganhou adeptos que chegam com vontade de ficar de cabeça para baixo no primeiro dia de aula, como se os āsanas perfeitos fossem o único objetivo da prática.
Āsanas são exercícios: posturas que vitalizam, dão flexibilidade e fortalecem o corpo, além de movimentarem de forma variada o fluxo de energia, preparando a estrutura para o despertar da potencialidade.
Quando focamos apenas no aperfeiçoamento do corpo, não é apenas nossa flexibilidade que aumenta: é também o nosso ego. E, nessa esteira da vaidade, só conseguiremos nos sentir bem quando nosso corpo nos parecer perfeito. E isso significa um caminho rápido para a frustração.
A prática do Yoga pede envolvimento completo: consciência/atenção em relação ao movimento e postura física, respiração calma e tranquila, relaxamento dos músculos e total presença. Para praticar asanas, devemos nos envolver por inteiro. Se o intuito for apenas performance corporal, é mero contorcionismo.